terça-feira, 12 de março de 2013

Primavera Árabe: o poder nas mãos do povo

   O nome Primavera Árabe, que faz alusão à Primavera de Praga (período de reformas políticas que aconteceu na Tchecoslováquia após a Segunda Guerra Mundial), refere-se aos protestos e manifestações realizados pela população de países do Oriente Médio e do Norte da África que luta contra a ditadura que tomou conta dos seus países.
   O movimento começou em 2010, na Tunísia, quando um jovem tunisiano, que tentava viver com o dinheiro ganho através do comércio ambulante, pois estava desempregado, ateou fogo no próprio corpo depois que os policiais vieram cobrar propina para que ele pudesse montar a sua tenda no local em que desejava. Embora o jovem não soubesse, o sacrifício não foi em vão: logo depois do acontecimento, diversas pessoas da cidade de Sidi Bouzid se reuniram e começaram a protestar contra o presidente Ben Ali, que estava no poder há 24 anos.
Um ano de Primavera Árabe
   O movimento logo atingiu grande parte da cidade de Sidi Bouzid graças ao uso do Facebook e do Youtube, onde os protestantes postavam os vídeos que faziam com o celular mostrando como estavam os protestos. Em poucos dias a manifestação alcançou a capital, Túnis, e após quase 1 mês de protestos, o presidente acabou fugindo para a Arábia Saudita e um novo presidente seria colocado no poder, através de eleições diretas.
   O próximo país ao entrar na onda das manifestações foi o Egito. A população egípcia, através do Facebook e do Youtube, acompanhou quase todos os passos da revolução ocorrida na Tunísia. A Revolução do Nilo, como foi chamada, durou menos tempo do que a tunisiana, levando apenas 18 dias para derrubar o ditador Hosni Mubarak.
   Quem entrou nessa onda de manifestações após a Tunísia e o Egito foi a Líbia. No entanto, o movimento para derrubar Muammar al-Gaddafi, no poder há 42 anos, levou mais de 8 meses até que chegasse ao fim. Assim como na Tunísia e no Egito, na Líbia o ditador também utilizou o seu poder para tentar controlar as manifestações, dando ordens aos policiais para que eles matassem qualquer um que estivesse participando do movimento revolucionário.
   A Guerra Civil Síria, iniciada em março de 2011 e que ainda não terminou completamente, é um movimento do povo Sírio para derrubar o ditador Bashar al-Assad. Assim como nos outros países, na Síria a internet também foi a principal arma do povo contra o governo. No entanto, os ditadores dos demais países achavam que a internet não tinham tal poder e acabaram não dando importância à ela; já na Síria, Bashar sabia do poder que ela exercia sobre a população e havia bloqueado o Facebook desde que ele fora lançado. No entanto, esperando utilizá-lo como uma ferramenta espião, ele acabou cometendo o seu maior erro: liberar o Facebook para toda a população.
   Vale lembrar também que os EUA, conhecidos como os pais da democracia, mantinham relações próximas com esses países e só depois de um tempo, para não manchar a sua imagem, acabaram se declarando contra eles e até chegaram a bombardear alguns países, mas teve um país em que ele não interferiram: o Bahrain. O motivo: petróleo, ou seja, dinheiro.
   Bom, não quis me focar muito em detalhes e falei somente das revoluções ocorridas em alguns países, pois o meu objetivo com essa postagem é o seguinte: mostrar que se o povo quer e se ele se unir, não há governo que possa segurá-lo, basta querer que isso aconteça.
   E em cima desse objetivo eu comecei a refletir se algo desse tamanho pudesse acontecer aqui no Brasil. Lógico que os motivos seriam um pouco diferentes, mas também seriam para poder mudar radicalmente o país. No entanto, logo voltei à realidade e percebi que as chances de algo dessas proporções acontecer aqui são muito pequenas, porque aqui o povo está completamente alienado e está sendo constantemente manipulado, que dificilmente irá se opor contra o governo ou seja lá o que for.
   Exemplos disso podem ser encontrados em diversos lugares, mas o que me deixa realmente muito furioso é que em um protesto que tem o objetivo de melhorar a qualidade da vida da população, são poucas as pessoas que aparecem, mas quando se trata de um jogo de futebol ou de um desfile de carnaval, milhares e até milhões de pessoas param de fazer o que estão fazendo e vão correndo para um estádio ou sambódromo ou então ficam sentadas na frente de uma televisão enquanto que o governo fica rindo dessas pessoas.
Está na hora de acordarmos e mudarmos a realidade do nosso país!